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Conhecimento Técnico: insumo número 1 da lavoura

 

Por Francisco Adeilton Carvalho Costa, Engenheiro Agrônomo – Consultor SEBRAE-CE

Todas as atividades desenvolvidas no campo, quer seja para produção gêneros de origem animal ou vegetal, passam por constantes desafios, de preços de insumos que acompanham preços internacionais cotados em dólar, intempéries climáticas, aumento dos custos com energia elétrica e sobretudo da necessidade diária de uma mão-de-obra qualificada para manobrar todas estas barreiras, que a cada dia exige mais habilidades para enfrentamento e maximização do uso de cada recurso dentro da propriedade, convertendo matérias-primas em produtos que vão para a mesa dos consumidores.

Com o advento da tecnologia, o que acontece lá do outro lado do mundo está na palma da sua mão em segundos. A barreira da comunicação foi superada e ganha a cada dia mais adesão com as mídias e redes sociais, ambientes virtuais de aprendizagens e diferentes aplicativos de acesso gratuito, trazendo não apenas o público que está na zona urbana e sobretudo àquela população que está no meio rural, tornando o conhecimento mais tangível, atualizando segundo a segundo o público com os termos e técnicas do mundo tecnológico.

Apesar de toda esta facilidade de acesso e troca de informações neste ambiente virtual, a atividade produtiva exige bem mais que apenas “troca de cartas”. Esta troca de conhecimentos empíricos e científicos instiga cada vez mais as pessoas a busca de uma informação já processada para resolver uma situação emergente, criando o assistencialismo cibernético, que aliena cada indivíduo à busca pelo conhecimento por conveniência, deixando de lado a necessidade de buscar o conhecimento técnico em um ambiente mais técnico, com Profissionais com maiores experiências, não desprezando todos os conhecimentos empíricos que existem no campo. Contudo é fato que a herança familiar e o conhecimento cotidiano não são mais suficientes para assegurar o bom desempenho dos negócios rurais.

A produção de alimento exige cada vez mais, dos produtores e técnicos de campo, o aprendizado e atualizações em novas técnicas e a aplicação destas tecnologias inovadoras afim de obter a tão falada sustentabilidade. O paradigma que muitos carregam, até mesmo na atualidade, da imagem do Produtor Rural ser a personificação da ignorância na terra, sem conhecimento, sendo aquele que é manobrado por não possuir conhecimento e precisão no que faz no campo, deve ser abandonado, haja vista todo o processo de tecnificação que envolve o meio rural não ser horizontal e sim vertical, onde é trabalhado todo o processo nas diferentes cadeias produtivas, da produção, passando pelo beneficiamento – em alguns casos e atingindo a comercialização dentro e fora da porteira.

O meio rural ainda é um ambiente de muito individualismo e demanda que os trabalhadores rurais e técnicos busquem formas de associar-se para melhor resposta diante das ameaças internas e externas das atividades, uma vez que ninguém é uma ilha e sozinho não conseguimos ir muito longe. Sendo assim, é fundamental que os profissionais do campo possuam bons relacionamentos entre si, com os seus vizinhos de propriedade, com fornecedores e clientes. Este ambiente rural necessita de reformulação em sua organização, no fortalecimento da cooperação entre todos os atores do processo para que juntos possam superar desafios e focar nos melhores resultados do coletivo.

Todavia, esta não é a realidade encontrada em grande parte das propriedades rurais, pois há a necessidade de aliar conhecimento científico, o conhecimento prático ou empírico e sobretudo a visão empresarial da exploração. É fundamental que todos os profissionais, quer seja produtor ou técnico, invistam no seu desenvolvimento pessoal, ou seja, na ampliação das suas habilidades e conhecimentos. No ambiente virtual ou físico existem inúmeras oportunidades para saciar-se da ciência, com cursos, palestras, conteúdos científicos e empíricos que são disponibilizados a acesso instantâneo afim de possibilitar a ampliação dos saberes no meio rural, tornando assim o ambiente rural mais produtivo com o encurtamento da distância entre o científico e o empirismo, fixando o homem e a mulher no campo, e porque não dizer fixando a família no campo, criando a oportunidade para os jovens e trazendo a dignidade na geração de trabalho e renda, desmistificando que seria apenas na cidade que se busca o pão e a cada dia tendo a certeza que é do campo que se cultiva o trigo.

 

 

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