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Tomate era item de decoração antes de virar estrela da culinária italiana

Fonte: Globo Rural

Apesar da forte ligação com a culinária italiana devido às massas e pizzas, engana-se quem pensa que o tomate originou-se na Europa. A história do alimento suculento e saboroso é bem mais antiga e teve os primeiros registros em 700 a.C. na região dos Andes, na América do Sul.

A diferença para a versão atual estava no tamanho e nas cores: o tomate era menor e consumido pelos povos incas e astecas quando ainda estava verde ou amarelo.

A ida ao Velho Continente

O fruto (sim, o tomate não é uma hortaliça) começou a ganhar destaque após ser levado por colonizadores espanhóis à Europa. Inicialmente, por acreditarem que pudesse ser venenoso, o usavam apenas como decoração.

A introdução na culinária aconteceu no século XIX, quando o botânico italiano Pietro Andrea Matthioli descobriu que o tomate pertencia à família solanaceae, a mesma da batata, pimenta e berinjela.

Em pouco tempo, o alimento passou a ser utilizado pelos cozinheiros da Itália, onde recebeu o nome de pomo d’oro, maçã dourada, em italiano, em razão da casca amarela. Foi o primeiro passo da relação antiga e afetuosa entre o tomate e a gastronomia mundial.

“Muito provavelmente, eles levaram alguma variedade na cor laranja, que é rico em betacaroteno, mesmo pigmento da cenoura. Ele foi cultivado em locais de clima ameno e adaptou-se bem”, explica Leonardo Silva Boiteux, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Tomate é fruta ou legume?

Por ser consumido em saladas e junto de outros vegetais, o tomate é considerado um legume por muitos. Mas isso não é verdade, e a resposta está na biologia. Como o tomateiro é uma planta fanerógama, com flor e angiosperma, o alimento se desenvolve do ovário e do óvulo.

Tomate no Brasil

A produção no território brasileiro acontece nas cinco regiões, mas três Estados concentram os maiores volumes do tomate de mesa e industrial (usado em molhos e extratos) devido às condições climáticas: Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

De acordo com a Embrapa, a ausência de geadas no inverno e as altas temperaturas no verão favorecem o cultivo no Centro-Oeste e no Sudeste.

O censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a quantidade produzida era de 3,8 milhões de toneladas. Na safra seguinte, houve aumento de 10%. Para 2024, a expectativa é de crescimento no mercado de mesa em 2% e, no industrial, em 8%.

“O tomate para processamento é colhido basicamente de forma mecânica. Ele é de intensa cor vermelha, muito saboroso e firme para aguentar empilhamentos em caminhões até chegar às fábricas e virar extrato. Enquanto o tomate para a mesa é mais suculento e apresenta maior quantidade de água”, conta o pesquisador da Embrapa Hortaliças.

Benefícios do tomate

Versátil no prato, o tomate também é muito nutritivo. Não por acaso, recebeu o apelido de “pequeno-herói” pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Veja abaixo as principais características do alimento.

●Fibra e potássio: auxiliam na prevenção de doenças cardiovasculares;

●Vitamina C: estimula o sistema imunológico;

●Vitamina K: fortalece a saúde dos ossos;

●Vitamina A: previne a catarata;

●Cromo: importante para regular níveis de glicose no sangue;

●Acidez: auxilia no equilíbrio do pH dos cabelos;

●Licopeno: combate a incidência de câncer de próstata e ovário.

A genética

De olho no futuro, Leonardo Boiteux e os demais pesquisadores da Embrapa Hortaliças realizam pesquisas para desenvolver tomates mais resistentes às pragas e também às constantes mudanças climáticas.

“O tomate, infelizmente, é atacado por muitas doenças. Então, temos que estar sempre atentos aos problemas que podem acometer a planta. Agora, a nossa preocupação é com o aquecimento global. Buscamos um alimento mais adaptado e eficiente no uso da água e que sobreviva ao calor intenso”, detalha.

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