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Fertilizantes especiais com aminoácidos: Quais são os reais impactos na produção?

 

Por Mariane Comiran, Coordenadora Técnica de Agricultura. PHYTOBIOTICS BRASIL

 

O uso de fertilizantes especiais atrelado a práticas de manejo mais eficientes tem possibilitado a ampliação da produtividade e da qualidade da produção em diferentes culturas e locais. Caracterizados por suas formulações diferenciadas, os fertilizantes especiais são desenvolvidos para atender as necessidades especificas das culturas, visando fornecer os nutrientes corretos, na dose certa, no momento de exigência, assim corrigindo deficiências e fortalecendo nutricionalmente as plantas.

Em sua formulação podem estar presentes complexos, que possibilitam por meio da ligação de um íon metálico a um componente orgânico, obter uma molécula sem carga, e assim estabilidade e compatibilidade na formação da calda, e consequentemente segurança na aplicação.  Mas o principal benefício de usar complexos, ultrapassa as questões de manejo para chegar à fisiologia da planta.

Por serem formados pela combinação de componentes orgânicos, como aminoácidos e minerais, o grande diferencial do uso de complexos é a capacidade que as plantas possuem de reconhecê-lo, absorvê-lo, transportá-lo internamente e utilizá-lo integralmente. Assim cada componente da formulação do fertilizante pode desempenhar seu papel na planta.

A glicina além de ser um agente complexante poderoso capaz de se combinar a minerais como os cátions Manganês, Zinco, Cobre, Ferro, Cálcio e Magnésio, e levá-los a seus locais de uso, também é um dos 20 aminoácidos essenciais as plantas. Com cadeia curta (C₂H₅NO₂) é o aminoácido mais simples em estrutura, e o único que não têm isômeros, o que significa que é biologicamente ativo em sua totalidade.

Assim, da mesma forma que blocos de tijolo encaixados constituem uma parede, a combinação da glicina com os outros aminoácidos, formam proteínas que atuam no metabolismo primário, promovendo o crescimento e o desenvolvimento das plantas, e no metabolismo secundário, atuando na formação de hormônios e moléculas de defesa.

Em condições de estresse, como temperaturas extremas, falta ou excesso de água, radiação, salinidade, metais pesados, fitotoxicidade e outros, o metabolismo primário é suprimido e a energia que seria por ele utilizada é resguardada em prol da recuperação da planta. Como sintomas observamos no campo o travamento do cultivo, o aparecimento de deficiências e em níveis mais severos de estresse a perda produtiva e de qualidade.

Para minimizar perdas é importante manter o metabolismo ativo e mitigar os estresses.  O aporte externo de glicina, por meio de complexos, permite economia energética. Ao receber prontamente a glicina a planta economiza a energia necessária para produzi-la.

Além disso, por ser precursora da clorofila, pigmento responsável pela absorção de luz, a glicina juntamente aos nutrientes impulsiona a fotossíntese e promove sua continuidade. Podendo junto com nutrientes recuperar plantas e potencializar a fotossíntese.

Como agente mitigador de estresse participa da formação de glicina-betaína, um componente osmoprotetor que promove o equilíbrio osmótico, da formação de fitoquelatinas que sequestram metais tóxicos ou em excesso não os deixando reagir com estruturas importantes.

Junto com outros aminoácidos a glicina é responsável por formar a glutationa, substância que age na retirada de espécies reativas de oxigênio causadoras de danos celulares e tóxicas em altas concentrações, e que também tem importante papel na sinalização e na defesa das plantas.

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