Fonte: ScienceDirect Abstrato Os tomates são cultivados e consumidos em quase todos os países do…
Vacina vegetal contra praga
Fonte: Agência de Informação CONACyT
Pesquisadores do Departamento de Parasitologia Agrícola da Universidade Agrária Autônoma Antonio Narro (UAAAN) desenvolveram uma ‘vacina vegetal’ contra microrganismos patogênicos e insetos-praga, induzindo resistência nas plantas por meio de seus mecanismos de defesa.
“Este desenvolvimento surgiu com a ideia de aproveitar os mesmos mecanismos de defesa que as plantas possuem, contra o ataque de microrganismos fitopatogênicos causadores de doenças e contra insetos-praga”, disse o Dr. Alberto Flores Olivas, professor e pesquisador do Departamento de Parasitologia da UAAAN. O objetivo dessa inovação é contribuir para a sustentabilidade das lavouras, reduzindo a quantidade e o número de aplicações de agroquímicos para promover o uso racional.
O projeto foi desenvolvido em três etapas. Primeiro, os especialistas analisaram um modelo em que usaram plantas de tomate, extratos de plantas e um microrganismo fitopatogênico altamente agressivo do tomate chamado Fusarium oxysporum, cepa lycopersici, que causa o murchamento dos tomateiros. “Primeiro, procuramos plantas que produzem metabólitos que controlam microrganismos fitopatogênicos. De todas essas plantas que avaliamos, selecionamos uma em especial (para desenvolver a ‘vacina’) e avaliamos esses metabólitos na forma pura e como extrato”, comentou o pesquisador.
Em segundo lugar, foi avaliado o genoma completo do tomateiro, aproximadamente 29 mil genes, e foram identificados os genes que foram expressos ao aplicar o microrganismo patogênico, extratos vegetais, neste caso alcamidas, e uma combinação de ambos. Por fim, em uma terceira etapa, os cientistas observaram os genes expressos, os reprimidos e identificaram as alterações fenotípicas que as plantas apresentavam e quais metabólitos secundários eram gerados em resposta. “Observando isso, fizemos alguns testes. Primeiro ao nível da estufa, depois ao nível do campo, e já pela seleção de um dos compostos destas alcamidas, onde temos conseguido resultados extremamente positivos como indutor de resistência a doenças, o que podemos chamar de ‘vacina vegetal’.
Não é específico contra Fusarium (que foi o organismo contra o qual foi avaliado), mas confere ou confere resistência a outros tipos de patógenos importantes como vírus e bactérias; Já existem resultados de campo em várias safras com resultados muito lisonjeiros”, explicou o Dr. Flores Olivas. Até agora, esta ‘vacina vegetal’ foi avaliada em tomate, batata; cucurbitáceas como melão e melancia; Foi testado em árvores frutíferas como videiras, macieiras e nogueiras; algumas gramíneas como cebola, alface, brócolis, entre outras. Comumente com uma resposta muito estável.
“Em geral, esse tipo de composto pode ser aplicado em praticamente todos os tipos de cultivo, não tem restrições, é uma das grandes vantagens. Além de ser um composto orgânico, tem menos restrições para cultivos que podem ser exportados, uma vez que possui alvará de uso da Cofepris”, disse Flores Olivas. Quanto à sua eficácia, o especialista precisou que com a aplicação preventiva, para o controlo do vírus na malagueta e nas cucurbitáceas, atingiram valores superiores a 85 por cento. O cientista da UAAAN adiantou que vai continuar a investigação centrada no controlo de insectos-praga, uma vez que esta nova ‘vacina’ visa principalmente doenças de plantas derivadas de microrganismos fitopatogénicos.
“Agora a ideia é se aventurar no controle de insetos-praga. A linha que trazemos aí é a determinação de compostos voláteis que as plantas emitem, que rejeitam insetos-praga, atraem predadores ou insetos parasitas de insetos-praga, e ver quais são os genes responsáveis para tentar induzi-los em outros tipos de cultivos. O Dr. Flores Olivas acrescentou que, depois de mais de uma década de trabalho, eles estão em aproximação com o setor agroindustrial para conseguir a transferência deste desenvolvimento para uso de diferentes produtores. “Enfatize que é um composto muito estável e que pode ser usado, pode ser transferido. O desenvolvimento que estou comentando levou cerca de 15 ou 16 anos para ser alcançado, mas a ‘vacina’ agora está pronta para ser transferida para o consumo do usuário”.