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Produção de tomate em Santa Catarina é marcada por inovações agrícolas

Fonte: Branded Studio ND

O tomate é um dos alimentos mais consumidos no Brasil e Santa Catarina está entre os sete maiores produtores do país. O processamento nas indústrias faz com que o molho, o extrato, o suco e outros derivados façam parte da nossa culinária – mas o que poucos sabem é que a cadeia produtiva exige muito investimento em tecnologia, manejo adequado e muita assistência técnica para que o tomate chegue até a mesa de muitos catarinenses.

Outro fato interessante é que o tomate que enche as gôndolas dos supermercados e que nós consumimos em outras épocas do ano vem das lavouras de outros Estados, quando o ciclo do fruto está em outra fase, permitindo que o mercado seja abastecido.

Em Santa Catarina o período de colheita começa em meados de dezembro e se estende até abril. O Estado produz mais de 140 mil toneladas, sendo Caçador a principal produtora da região, colhendo um terço da produção estadual nos 700 hectares destinados para essa cultura agrícola.

A importância das pesquisas

Os produtores da região de Caçador contam com o apoio do Centro Experimental da Epagri, que desenvolve desde técnicas de manejo e cultivo, até alertas para aplicação de defensivos agrícolas. As pesquisas desenvolvidas há quase 20 anos garantem melhor produtividade e uma das alternativas apresentadas é a do cultivo protegido – em que as plantas são desenvolvidas em vasos e regadas no sistema de gotejamento, livres da ação direta do clima a produção

Segundo Janice Valmorbida, pesquisadora da Epagri Caçador, a produção dentro do cultivo protegido traz muitas vantagens. Os produtores podem trabalhar no solo durante as primeiras safras e, quando quiserem, têm a opção de trabalhar com o cultivo em vaso.

“A não incidência de chuvas diretas nas plantas, você tem um fruto de melhor qualidade, tem menos problemas com doenças porque você não tem molhamento foliar, isso traz vantagens no menor uso de fungicidas, principalmente” – explica.

Outra técnica repassada aos produtores é a cobertura de solo, utilizada atualmente na maioria das lavouras destinadas à produção em escala. Janice conta que o uso da cobertura de solo tanto no cultivo a campo, quanto no cultivo protegido, auxilia a manter a umidade do solo e a controlar plantas daninhas, levando ao menor uso de herbicida e, consequentemente, a um alimento mais saudável para o consumidor.

O preparo do solo junto com a adubação são início de um manejo para levar a boa produtividade. O produtor precisa fazer o preparo do solo para que ele forneça os nutrientes de maneira adequada para o fruto. Tudo o que for aplicado no solo refletirá em um produto de qualidade do ponto de vista nutricional.

Técnica de irrigação e fertirrigação também são desenvolvidas pela Epagri. A eficiência do sistema de gotejamento pode chegar aos 90% e por meio da fertirrigação, os produtores podem fornecer o adubo que a planta precisa junto com a água da irrigação, refletindo em produtividade e em menos custos.

A implementação de inovações agrícolas

O combate à disseminação de pragas e doenças ganhou uma ferramenta tecnológica importante que é o sistema de avisos climáticos que ajuda agricultores no dia a dia nos cuidados com as plantas do tomate.

A produção do tomate em Santa Catarina tem como maior destino o consumo in natura e o sucesso do cultivo depende muito dos cuidados de quem maneja as lavouras. Essa é uma das culturas agrícolas mais suscetíveis a pragas e doenças, exigindo a aplicação regular de defensivos.

Para auxiliar os agricultores, a Epagri iniciou em 2010 a operação da plataforma Agro Connect, um serviço gratuito e acessado pelo celular, com informações meteorológicas. Dessa forma, o produtor de tomate sabe se as condições estão favoráveis ao desenvolvimento de pragas e doenças, podendo controlar o uso de fungicidas.

Guilherme Malmann, pesquisador da Epagri Caçador, explica que a plataforma permite um controle mais eficiente das doenças e uma redução de até 50% do uso de fungicidas. A ferramenta também auxilia no cuidado com o meio ambiente e na saúde dos consumidores.

O trabalho desenvolvido no laboratório e nas demais áreas técnicas do Centro Experimental se reflete no campo, e essa é a lógica desse trabalho para difundir os resultados da pesquisa para quem lida com a lavoura.

O tomate catarinense e a agricultura familiar

Além de conectar diversas pessoas que apreciam uma boa receita com tomate, o fruto também é responsável pela conexão entre famílias e pelo sustento de muitas delas. Exemplo disso é o produtor Luiz Suzin, que trabalha na agricultura há 50 anos e começou a plantar tomate em 1990. Sua lavoura está desenvolvendo 3 mil plantas e a expectativa desta safra é colher 500 caixas.

Ele conta que começou a trabalhar na roça aos 12 anos de idade, lavrando a terra e plantando milho, até que a vida foi passando e seu filho, Denimar, cresceu e herdou do pai o amor pela terra. Fez agronomia e agora aplica seus conhecimentos na propriedade que assumiu há três anos, garantindo a sucessão familiar.

Quando estiver pronto para a colheita o tomate dessas lavouras vai abastecer o mercado local e de outros centros do país. Denimar Suzin conta que a decisão de plantar tomate se dá por conta da cultura, que tem um ciclo mais rápido. Além disso, sua rentabilidade é muito boa, assim como a comercialização – uma parte da produção vai para o mercado local, enquanto a outra é distribuída para fora da cidade.

“Então a nossa intenção é manter essa essa cultura por vários e vários anos” – completa.

Em Santa Catarina são pelo menos 600 produtores de tomate que colhem em torno de 73 toneladas por hectare; 350 trabalham com essa cultura agrícola em Caçador onde a geração de empregos aumenta em época de safra – a partir do mês de outubro.

Por meio do conhecimento repassado pelos técnicos da Epagri, o tomate faz com que os produtores girem a economia local e entreguem um alimento cada vez mais bonito e saudável, encantando o paladar de muitos catarinenses.

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