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Os produtores de tomate do Limpopo têm de enfrentar as alterações climáticas

Fonte: Bloomberg

A província de Limpopo produz 66% da tonelagem total anual de tomate cultivada na África do Sul. A província também é considerada particularmente vulnerável ao impacto das alterações climáticas, em parte porque está exposta a fenómenos meteorológicos extremos. Um novo estudo demonstra até que ponto os atuais cenários de alterações climáticas poderão ter impacto na produção de tomate e propõe métodos possíveis para os agricultores mitigarem o impacto.

Nas suas teses de doutoramento, Freddy Milambo Tshiala, do Departamento de Geografia da Universidade de Pretória (UP), decidiu determinar como as alterações climáticas podem influenciar a distribuição de uma praga do tomate – uma espécie de mosca minadora – na província do Limpopo. Tshiala utilizou diferentes parâmetros populacionais e variabilidade de temperaturas ao longo de diferentes períodos climáticos no processamento de seus dados. Fez uma análise detalhada das tendências sazonais anuais das temperaturas mínimas e máximas, bem como da variação diária da temperatura na província de Limpopo para o período 1950-1999.

Dados diários de 30 bacias hidrográficas foram utilizados para analisar as tendências. No geral, houve um aumento de 0,12°C por década na temperatura média anual para as 30 bacias hidrográficas, ao longo do período de 50 anos. Um padrão não uniforme de mudanças de temperatura foi evidente nas diferentes bacias hidrográficas. As tendências sazonais mostraram variabilidade no aumento da temperatura média, de cerca de 0,18°C por década no inverno e 0,09°C por década no verão. A importância deste trabalho reside na ligação da temperatura ao ciclo hidrológico.

A flutuação de temperatura a longo prazo foi representada pelo cálculo das tendências lineares nos registros de dados. Embora a variabilidade das tendências da temperatura exiba uma dependência espacial, as tendências são sem dúvida reais e o aquecimento é suficientemente grande para ter impactos significativos na hidrologia e nos ecossistemas da região.

Selecionando estratégias de adaptação apropriadas

Neste estudo foi demonstrado que a exposição frequente à seca faz com que a produção agrícola fique desequilibrada com as condições sazonais. Recomenda-se, portanto, especialmente para a maioria dos pequenos agricultores, que ajustem o uso da terra à variabilidade climática. Para manter ou aumentar a produção de tomate, dadas as tendências contínuas das alterações climáticas, têm de ser realizados estudos de avaliação para identificar os atuais limites de produção e para ajudar a selecionar estratégias de adaptação apropriadas para apoiar os sistemas de cultura de tomate no futuro.

Neste estudo a temperatura foi o fator climático utilizado no estudo sobre o impacto da variabilidade climática na produção de tomate no Limpopo. A recomendação seria que futuros pesquisadores utilizassem também algum outro fator, como chuva, umidade ou vapor d’água, para ampliar o estudo.

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), África será mais duramente atingida pelas alterações climáticas, uma vez que áreas maiores poderão ser atingidas por reduções de rendimento superiores a 50% até ao ano 2020 devido a um clima cada vez mais quente e seco. Isto ameaçará a segurança alimentar e os meios de subsistência das pessoas na maior parte de África.

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